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A Economia da Presença -Comunicar é pouco. Sua Marca deve ir além

  • Foto do escritor: João Riva
    João Riva
  • 5 de nov.
  • 2 min de leitura

Talvez nada seja mais caro ao ser humano do que o tempo. Quanto mais a tecnologia evolui para tornar a vida mais fácil, mais o tempo parece escapar entre os dedos. Os meios de transporte ficaram mais rápidos, as ferramentas mais eficientes, o trabalho mais automatizado, mas a sensação é de que nunca sobra tempo.


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O que antes deveria render virou um ciclo em que cada minuto livre é imediatamente ocupado por novas tarefas. Essa é a vida de todos nós, profissionais de agência, clientes, consumidores. O tempo é tão precioso que aprendemos a fazer várias coisas ao mesmo tempo, e o resultado é uma atenção cada vez mais dividida.


Assistimos televisão enquanto jogamos no celular e, ao fundo, ouvimos a conversa da família na mesa do jantar. Fazemos tudo ao mesmo tempo e prestamos atenção apenas no que realmente desperta nosso interesse. E quase nunca esse interesse é um comercial na TV ou uma propaganda no celular. As marcas que ainda não fazem parte do nosso cotidiano acabam sendo ignoradas, deixadas em segundo plano. É por isso que os eventos e as ativações de marca se tornaram tão importantes. Porque, nesses momentos, acontece algo raro: o consumidor está presente. Ele olha, ouve e se conecta de verdade com o que a marca quer dizer.


Lembro que, há muitos anos, eu estava em um supermercado quando uma promotora da margarina Becel me mostrou como aquele produto podia ser benéfico para o coração. Por anos, só comprei essa marca. A verdade é que talvez os concorrentes entregassem exatamente o mesmo benefício, mas eu nunca os ouvi. E, curiosamente, também nunca ouvi a própria Becel fora daquele momento. Ela anunciava na televisão, aparecia em revistas, mas eu nunca tinha parado para prestar atenção. No supermercado, no entanto, eu não pude ignorar. Tinha alguém na minha frente, falando comigo, contando uma história com começo, meio e fim. Nem que fosse por educação, eu ouvi. E, em dois minutos, ela conseguiu fazer o que nenhuma campanha havia feito: gerar lembrança, criar vínculo e transformar um contato rápido em anos de preferência.


Hoje, os eventos e as ativações cumprem novos papéis. Se há vinte anos serviam para apresentar produtos, hoje são pontes entre o invisível e o memorável. Tornam visível o que passaria despercebido, despertam curiosidade, afeto e experiência. Num cenário em que o tempo é o nosso ativo mais valioso e a atenção é um recurso fragmentado, as ativações fazem o produto ser visto e os eventos transformam a marca em algo vivido. Eles não apenas criam experiências, criam significado. E, no fim, talvez seja isso que mais valha: o tempo inteiro que alguém decidiu oferecer à sua marca, enquanto o resto do mundo seguia correndo.

 
 
 

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